Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, mais conhecida como Irmã Dulce será elevada aos altares no dia 13 de outubro de 2019 em cerimônia presidida pelo Papa Francisco, em Roma, no Vaticano.
No Brasil, uma Comissão Arquidiocesana foi criada para preparar a Celebração Pós-Canonização marcada para o dia 20 de outubro, na Arena Fonte Nova às 16h em Salvador, Bahia. Irmã Dulce passa a ser chamada de Santa Dulce dos Pobres após a canonização.
OS MILAGRES
O primeiro milagre se deu com Cláudia Cristina, de Itabaiana, Sergipe. Quando deu à luz a seu segundo filho, Cláudia sofreu uma forte hemorragia. Depois de três cirurgias, desenganada pelos médicos recebeu de um padre uma foto da Irmã Dulce, que ficou colada no leito em que estava. A hemorragia cessou horas depois e Cláudia foi salva.
O segundo milagre foi investigado durante 4 anos pelo Vaticano: o maestro Maurício Moreira sofria com o mal de um glaucoma avançado que provocou a cegueira total por 14 anos. Depois de pedir auxílio à Irma Dulce num evento de uma conjuntivite e colocar sua imagem nos olhos adormeceu e acordou depois de 4 horas enxergando perfeitamente.
Para se comprovar a veracidade de um milagre, a Igreja Católica exige que o fato seja “preternatural” (que a ciência não consiga explicar), instantâneo (que aconteça logo após a oração), além de ser duradouro e perfeito. O Vaticano validou as duas situações como milagre e é por isso que Irmã Dulce será a primeira mulher nascida no Brasil a se tornar santa.
O ANJO BOM DA BAHIA
Nascida em Salvador em 26 de maio de 1914 era a segunda filha de Augusto Lopes Pontes, importante cirurgião-dentista da cidade. Perdeu sua mãe, que se chamava Dulce Maria, aos 7 anos e desde essa época já demonstrava a necessidade de ajudar os necessitados.
Aos 13 anos passou a acolher moradores de rua em sua própria casa e transformou a residência num centro de atendimento. Antes dos 20 anos entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus e vestiu pela primeira vez o hábito de freira passando a ser chamada de Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe.
A trajetória de Irmã Dulce é emocionante onde foi protagonista uma mulher dedicada, determinada e corajosa. Enfrentou o sistema, a igreja, invadiu casas, ocupou imóveis em defesa dos pobres e dos doentes. Não havia limites para aquela grande mulher que fez da caridade sua vida e ainda nos inspira.
O "anjo bom da Bahia" morreu em seu quarto, de causas naturais, aos setenta e sete anos, às 16:45 do dia 13 de março de 1992, ao lado de pessoas queridas por ela, como as irmãs do convento. Seu corpo foi sepultado no alto do Santo Cristo, na Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia e depois transferido para a Capela do Hospital Santo Antônio, centro das Obras Sociais Irmã Dulce.
Hoje, as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) , a entidade filantrópica que nasceu num galinheiro em 1949 abriga um dos maiores complexos de saúde 100% SUS do país, com cerca de 3,5 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano destinados ao atendimento de pessoas de baixa renda.
"No amor e na fé encontraremos as forças necessárias para a nossa missão" (Santa Dulce dos Pobres)
por Bebel Magalhães (73) 9 9928 3688 | Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
- Bebel Magalhães