Platão, em seus ensinamentos, dizia que por trás das coisas do mundo há leis que as determinam; e que por mais que algumas coisas pareçam destoar nas aparências, em seus princípios, elas demonstram a mesma coisa.
Sendo assim, o símbolo pode ser diferente, mas o que significa a simbologia, esse sim, é igual. Por isso a pergunta inicial: “Qual o sentido”? Porém, aqui, trago uma ideia nas duas acepções da palavra: “sentido”; sendo essas, significado e direção.
Qual o significado das coisas na sua vida? E qual a direção em que você está caminhando na vida? Muitas coisas que nos acontecem, podem nos trazer ensinamentos; podem fazer sentido quando refletirmos sobre o porquê aquilo aconteceu, significado.
Ou seja, qual a casuística daquele momento, o que a vida quer me dizer com tal circunstância? Ou mesmo, pode ter uma direção, em outras palavras. Será que eu estou indo no caminho daquilo que eu almejo como objetivo? Em particular.
Eu acredito que não existe acaso, existe causa. Para mim a vida obedece uma logística pedagógica onde os fatores se encadeiam por uma razão que tem por fim um produto que é o aprimoramento e a evolução.
Mas deixemos minha opinião de lado. Nesse contexto, o momento em que você lê essa matéria, o que importa é o que você acha. Nesse momento delicado em nossa história, cabe-nos uma profunda e respeitosa reflexão sobre nosso sentido de vida, nosso sentido no mundo.
Será que nosso tempo de vida gasto está sendo direcionado para algo que seja relevante quando o assunto é preservação e respeito ambiental e ecológico, educação moral, aprimoramento intelectual e social?
Será que o que passamos hoje não nos trará nenhuma forma de repensarmos e resinificarmos nosso valores e consagrações enquanto seres humanos pensantes; espécie magna e dominante nessa esfera azul que chamamos Terra? Qual o sentido, significado e direção, de nossa cultura atual? Uma cultura de distraídos e negligentes; que correm desesperadamente em busca de troféus que perdem seus valores instantaneamente quando a vida é ameaçada de alguma forma.
Uma cultura de valores egoístas, onde aquilo que sai da linha dos sabores particulares, tornam-se invisíveis ao coração do ser naturalmente relacional e social. Uma cultura que se movimenta muito, em seus diversos compromissos e obrigações pela predação capitalista, e evolui quase nada na realização e bem estar de cada um e de uma sociedade.
Uma cultura onde consagramos a competitividade compulsiva e laureamos uns poucos vitoriosos, desconsiderando a legião de “perdedores”, de mesmo sangue, que cultivam conflitos em suas mentes e sentimentos, somando um egrégora de disputa e revanche.
Uma cultura onde palavras como “cooperação”, “respeito”, “dignidade”, “condomínio”, “colaboração”, “fraternidade”... Não só caíram em desuso, como perderam seu sentido na educação prática. Somos poucos nesse mundo.
Poucos que tentam renovar, subindo a superfície além desse mar de inteligências artificiais, que simplesmente cumprem um script vida impensado, cumprindo regras sem entender as consequências holísticas desse jogo de capitais e desejos, mas ainda assim somos, e existimos.
A natureza sempre tenderá ao equilíbrio; nos convidando sempre, com amor, aos caminhos da evolução e do aprimoramento. E para que não sejamos, como descreve Leon Tolstói: “Há quem passe por um bosque e só veja lenha para a fogueira”, um alguém que só veja no mundo coisas que lhe sirvam; pense profundamente como o coração e com a mente o sentido de sua vida e pergunte-se a si e somente a si: Como posso servir às coisas do mundo?
por Marcus Dutra
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