Criança vê, criança faz.

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Já ouviu essa expressão? Com base nessa máxima, trago aos leitores uma breve, mas não menos importante reflexão. Vivemos em um mundo cheio de teorias refinadas, muitas delas que prometem ser revolucionárias.

Existem muitas ideias de como devemos educar, escolarizar, capacitar e qualificar um indivíduo nesse novo século para que atenda a demanda proveniente desse novo mundo, muitas vezes, atropelado, compulsivo e automático.

Contudo, por vezes, me pego pensando se realmente nós temos essa capacidade de tal alto grau de sofisticação que imaginamos ter. Mas, por favor, não me entenda como um depreciador do incentivo evolucionista humano; não é isso. Deixe-me explicar.

Temos tantas ideias aprimoradas na razão da explicação das coisas, de como acontecem, o porque se dão, de como resolvê-las e coisas afins, mas parece que tudo fica no campo da teoria especulativa imaginativa do mundo das ideias utópicas de Platão (mais redundante acho que é impossível).

Parece que temos as respostas para tudo, mas não conseguimos pô-las em pratica. Pense comigo. Se formos da ecologia à sociologia, da política à educação, da saúde à economia; parece que temos diversas respostas que tornariam o mundo melhor, e muitas delas, admito, são extremamente simples, plausíveis compreensíveis. E aí é que entra a minha questão.

Se há tantas respostas, porque há poucas soluções? Talvez porque, por mais que nos achemos refinados, ainda assim, não conseguimos fazer o básico. Sabemos fórmulas matemáticas complexas, debatemos assuntos rebuscados, e até a física quântica hoje é tema na “pausa para o cafezinho”; até nossas crianças de hoje são “mini hackers”.

E mesmo assim ainda não sabemos fazer o que se espera do básico na natureza humana: Se relacionar consigo e com o mundo. Conseguimos “enxergar” hádrons e quarks subatômicos, tirar fotos de galáxias anos luz ao nosso alcance; mas, aparentemente, ainda não entendemos que incentivar uma cultura de competitividade não excita só progresso mas também a disputa e a guerra, fórmula essa onde o custo benefício gera mais custo que benefício, muito mais diga-se de passagem.

Existem outras maneiras de progredir de forma mais eficiente. Isso sem falar no estímulo genérico exacerbado aos instintos mais viscerais. Hoje aprendemos a apreciar a violência, a exagerar no comportamento sexual e a banalizar o impacto das relações.

 E aqui fica minha reflexão. Será que realmente aprendemos o básico da vida que, aos meus olhos é viver bem e se relacionar em paz? Pode ser neurose minha, mas talvez, e só talvez, nesse contexto, informação e ideia demais atrapalha. Talvez precisemos fazer mais e teorizar de menos. E o que você acha?

por Marcus Dutra
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